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CPI pode gerar ação na Justiça para recuperar perdas de participações especiais pelo Rio

CPI pode gerar ação na Justiça para recuperar perdas de participações especiais pelo Rio

Alerj vai apurar os abatimentos feitos nos últimos anos pelas concessionárias de petróleo e gás que servem de base para o pagamento de valores devidos ao Estado

Possíveis perdas de receita de participações especiais de petróleo e gás pelo Estado do Rio de Janeiro serão apuradas pelo Legislativo fluminense. A Alerj terá uma CPI para se debruçar sobre o tema — a iniciativa é do presidente André Ceciliano (PT), que estima cerca de R$ 800 milhões de prejuízo somente em fevereiro. Se forem comprovados danos financeiros nesse período e nos últimos anos, o trabalho será pela recuperação desses recursos. Para isso, até mesmo uma ação judicial não está descartada, segundo o deputado Luiz Paulo Corrêa (Cidadania), designado por Ceciliano para presidir o grupo.

A instalação da comissão deve ser formalizada nos próximos dias, após aprovação da sua abertura pelo plenário. “A ideia surgiu do presidente (da Alerj), que cotejou aqueles números e verificou que houve uma perda de R$ 785 milhões em fevereiro 2021 (na comparação com o mesmo mês em 2020)”, relatou Luiz Paulo.

Em entrevista à coluna, o parlamentar disse que as atividades terão como foco a análise das planilhas de cálculo dos abatimentos das concessionárias de petróleo e gás que servem de base para o repasse da participação especial. Segundo ele, trata-se de “uma caixa preta”.

“É fechado. E o STF já decidiu que o Estado pode fiscalizar e ter acesso a esses dados. O objetivo é verificar, por exemplo, nos últimos 10 anos, o que essa metodologia existente pode ter dado de prejuízo ao Estado do Rio e aos municípios que recebem recursos de participações especiais”, detalhou.

O futuro presidente da CPI ressaltou que as prefeituras fluminenses e o governo estadual ficam contando com uma previsão de repasses: “A gente quer entrar nessa caixa preta. Com essa autonomia para abater os valores sem fiscalização do Estado, as concessionárias podem fazer muitas mágicas, tanto para aumentar o nível de abatimento, quanto para diminuir o valor total comercializado, de acordo com o seu fluxo de caixa, e isso arrebenta o fluxo de caixa do estado e dos municípios”.

“(A comissão) Será propositiva e fiscalizadora. Dependendo do que for apurado, pode até gerar uma ação judicial, até porque em determinado momento vamos convidar a Procuradoria Geral do Estado. Cada coisa tem seu tempo”, finalizou.

APOSENTADORIAS E PENSÕES

A arrecadação de royalties e participações especiais é a principal fonte de receita do Rioprevidência: as verbas são responsáveis por boa parte do pagamento de aposentadorias e pensões de vínculos do Estado do Rio.

PLANO DE TRABALHO

De acordo com Luiz Paulo, que também preside a Comissão (permanente) de Tributação da Casa, logo após a abertura da CPI, o primeiro passo será elaborar um plano de trabalho com os demais integrantes — o relator deverá ser Márcio Pacheco (PSC), líder do governo.

Ele garantiu que todos os setores serão convidados. “Evidentemente, vamos ouvir muitos atores principais e secundários nesse processo”, disse ele, que citou, por exemplo, a ANP, a inspetoria de arrecadação não tributária da Fazenda, a Firjan, IBP e profissionais autônomos da área.

E enfatizou que a comissão começará as atividades “da estaca zero”, contando com as equipes técnicas dos gabinetes e da Assessoria Fiscal na Alerj.

FONTE: O DIA online

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