spot_img

Cláudio Castro retoma negociação com Paulo Guedes pela recuperação fiscal do Rio

Cláudio Castro retoma negociação com Paulo Guedes pela recuperação fiscal do Rio

Regulamentação do regime deve sair nos próximos dias. Governador em exercício também tratou sobre a reposição de cargos vagos, e ouviu que uma lei complementar deverá autorizar a medida

O governo fluminense oficializou hoje mais um passo que pode abrir caminho para a adesão do Rio de Janeiro ao novo Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Após a reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, em Brasília, o governador em exercício Cláudio Castro disse que a regulamentação do regime, por meio de decreto presidencial, deve sair nos próximos dias.

“Conversamos sobre a questão do novo regime. O Rio de Janeiro precisa que saia logo essa regulamentação para que a gente possa enfim aderir ao novo plano. Hoje a gente está com uma liminar no STF, o que não é bom pro Rio, não é bom para a União, não é bom para ninguém. O que disseram aqui é que vai sair nos próximos dias agora (a regulamentação)”, declarou.

No encontro, Castro também falou sobre a importância de a União autorizar a reposição de pessoal nos estados. A medida foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro ao sancionar em janeiro a Lei 178/21, que prevê uma nova renegociação de dívida dos entes e a nova versão do RRF. Segundo ele, o governo federal deve enviar um projeto de lei complementar ao Congresso Nacional prevendo a medida.

“Nós colocamos para eles como é complexo ficar três anos sem poder repor um policial, professor, um médico. Vai gerar um colapso nas políticas públicas dos estados. Ainda mais o Rio que já vem há três anos só podendo fazer reposição”, afirmou o governador em exercício.

Ele ressaltou que, devido às restrições impostas pelo acordo de recuperação fiscal, desde 2017 o ente não pode contratar novos servidores, a não ser para repor postos vagos (por aposentadoria, desligamento ou morte).

“Há três anos a gente não tem aumentado (quadro de pessoal) e chegado até onde poderia. Lembrando que assim que a gente ingressou no regime aquelas vacâncias antes de 2017 foram automaticamente bloqueadas, então nós já estamos trabalhando com déficit de pessoal nas áreas de segurança, saúde e educação. E isso seria com certeza a falência de muitos serviços públicos. Eles ficaram de fazer uma lei nova antes do ingresso no novo regime para que (o Congresso) não precise derrubar o veto (presidencial) e para que isso se resolva. Foi o compromisso do Ministério da Economia”, relatou Castro.

O chefe do Executivo fluminense disse ainda que o encontro de hoje foi um “passo importante no diálogo”: “No fim do ano esse diálogo ficou bem estremecido, e agora a gente está voltando esse diálogo, para poder realmente avançar nessas pautas tão importantes pro nosso estado”.

VIGÊNCIA DA RECUPERAÇÃO FISCAL

O governo do Rio também fará uma consulta formal à União para saber quando, de fato, passa a valer o Regime de Recuperação Fiscal: se em janeiro, quando foi publicada a sanção à Lei Complementar 178/21, ou se a partir da data de regulamentação.

Essa definição é importante inclusive para que o estado fluminense possa ter os efeitos retroativos, conseguindo recuperar R$ 400 milhões que já foram pagos este ano ao Tesouro Nacional. O valor é referente à parcela da dívida com o órgão federal.

Se aderir ao RRF, o Rio terá o pagamento da dívida automaticamente suspenso.

CONCILIAÇÃO NO STF

Outro ponto que foi conversado é a dívida que o Rio de Janeiro tem com o BNP Paribas. A União foi a avalista desse empréstimo, realizado em 2017, e que teve as ações da Cedae como contragarantia.

O governo federal iria executar essa dívida, o que afetaria os cofres fluminenses. O Estado do Rio, porém, conseguiu uma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender essa cobrança. Agora, Castro busca uma conciliação com a União na Corte.

“Conversamos também sobre um possível acordo na questão do BNP Paribas, que é o dinheiro lá, quase R$ 5 bilhões. Ver se há possibilidade de levar isso para a Câmara de Conciliação do STF, já que há uma liminar hoje no Supremo proibindo eles de fazerem essa cobrança”.

Segundo o governador interino, a ideia é chegar a um consenso, a uma conciliação: “A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e a AGU vão ser chamadas para a gente entender até que ponto podem ceder. Não dá para concessionar um ativo como a Cedae e ficar com zero possibilidade de investimento. Por exemplo, Guandu 2 é responsabilidade nossa. A gente tem que fazer para resolver o problema da produção da água de vez. E se não tiver nenhum recurso para fazer fica impossível, e a população do Rio precisa de um serviço de qualidade.

Então são muitas negociações, muitas pautas,. Realmente algumas questões acabam sendo técnicas demais, ams a gente deu esse passo importante no diálogo. No fim do ano esse diálogo ficou bem estremecido, e agora a gente está voltando esse diálogo, para poder realmente avançar nessas pautas tão importantes pro nosso estado.

FONTE: O DIA online

Relacionados