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Ala do Congresso articula reforma administrativa para atuais servidores

Ala do Congresso articula reforma administrativa para atuais servidores

Parlamentares tentam incluir quem já está no serviço público no texto da PEC 32 e técnicos do Legislativo defendem a medida

A ideia de incluir os atuais servidores na reforma administrativa vem ganhando apoio de uma ala do Congresso. Quando a PEC 32/2020 chegou ao Legislativo, em 3 de setembro, alguns deputados defensores da proposta logo levantaram esse discurso. Nos últimos dias, o grupo passou a articular a mudança no texto, e esse discurso teve adesão de técnicos do Parlamento.
Na última quarta-feira, o diretor executivo da Instituição Fiscal Independente do Senado, Felipe Salto, sugeriu que a PEC é uma oportunidade para se fazer uma reformulação mais profunda nas regras do serviço público.
“(A proposta) Não cristaliza, não congela a situação atual dos servidores, deixa porta aberta para eventuais mudanças. Mas isso é muito pouco”, disse Salto, em evento virtual promovido pela Genial Investimentos.
Pelo texto, o fim da estabilidade e a extinção de benefícios — como adicionais por tempo de serviço e licença-prêmio — só atingirá os futuros servidores.
Mudança provocaria enxurrada de ações
Apesar desse movimento, a avaliação de boa parte dos deputados é de que a inclusão dos atuais funcionários não passa. Até porque, na hipótese de o Congresso aprovar a mudança, haveria uma enxurrada de ações no Supremo, pois esses servidores já ingressaram em seus cargos regidos pelas regras da legislação atual. Ou seja, trata-se de direito adquirido.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também disse que essa restrição foi feita pelo presidente Jair Bolsonaro. Mas que ele permitiu a pasta de mexer profundamente nas regras para os futuros servidores.
O texto foi entregue ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pelo ministro Jorge Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência), junto com o líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR).
Estado do Rio também
A proposta de reformulação do serviço público engloba estados e municípios, e não somente o funcionalismo da União. Com isso, se a PEC 32 for aprovada, o Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, extinguirá o triênio — adicional por tempo de serviço previsto no Estatuto do Servidor Público fluminense , além da licença-prêmio.
De fato, a reforma do setor tem apoio de técnicos do Palácio Guanabara, além de alguns secretários. Titular da Secretaria de Fazenda, Guilherme Mercês chegou a defender a proposta em entrevista à coluna, ressaltando que essa medida caminha junto com outra reforma idealizada pelo governo do Rio: a que prevê desestatização e fusão de empresas, sociedades de economia mista e companhias estaduais.
FONTE: O DIA online
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