Pagamento de salários de servidores no 5º dia útil está nos planos do governo do Rio
Com melhora do quadro fiscal, estado pretende adotar um novo calendário em 2021. No fim deste ano, créditos serão antecipados
Com uma melhora no quadro fiscal — o déficit de 2020 está zerado —, o governo do Rio planeja agora pagar o funcionalismo, em 2021, no 5º dia útil de cada mês. Desde 2016, quando o Rio enfrentou a sua pior crise financeira, o prazo para os cerca de 400 mil servidores ativos, aposentados e pensionistas receberem os salários é o 10º dia útil. E um novo cronograma de pagamentos vem sendo reivindicado nesses anos pelas categorias.
Já neste ano, as últimas folhas salariais serão antecipadas. O funcionalismo deve ficar atento ao calendário: os vencimentos de outubro serão quitados amanhã, os de novembro em 1º de dezembro e o 13º cairá na conta de todos em 15 de dezembro.
A medida foi possível devido a algumas ações adotadas que garantiram alívio de caixa e incremento de receita. Os detalhe foram apresentados ontem pelo governador em exercício do Rio, Cláudio Castro, e secretário de Fazenda, Guilherme Mercês.
Na ocasião, Castro falou sobre a intenção de mudar o cronograma no próximo ano: “Vamos trabalhar para pagar os salários até o 5° dia útil a partir de 2021. Estamos trabalhando com muita responsabilidade para vencer barreiras”.
Ao explicar a melhora nas finanças, o titular da Fazenda apontou o planejamento estratégico da pasta como responsável por “salvar as contas de 2020”. Mercês ressaltou que o estado reverteu um quadro de déficit de R$ 11,6 bilhões, fechando o ano com dinheiro em caixa: R$ 600 milhões. Disse ainda que, nos próximos 30 dias, serão mais de R$ 6 bilhões injetados na economia.
Medidas ‘turbinaram’ o caixa
O secretário de Fazenda disse que, este ano, o estado vai fechar no azul, “o que não acontece desde 2014”. Mercês destacou que uma das prioridades da pasta é o pagamento em dia de salários.
Em relação aos restos a pagar dívidas que ficam para o ano seguinte), ele afirmou que o valor chegou ao nível de 2014: R$ 3,5 bilhões, relativos à folha de dezembro e de fornecedores.
Sobre as medidas econômicas que ajudaram no alívio de caixa, o secretário apontou a aprovação do waiver (suspensão de penalidade de um contrato de antecipação de royalties), evitando a perda de R$ 2,3 bilhões este ano. “Se não tivesse passado, não teríamos como pagar os salários já em agosto”.