Desde o dia 13 de setembro, os servidores e pensionistas do estado estão impedidos de fazer novos empréstimos consignados. Inicialmente, o governo estadual chegou a dizer que em alguns dias o sistema voltaria ao normal, mas até hoje, nada. A assessoria da Casa Civil informou que “a migração do serviço está em andamento e será finalizada pela empresa que foi contratada em caráter de urgência, até o dia 4 de outubro”.
Ocorre que a questão foi parar na Justiça e ainda não há uma decisão. No final de agosto, o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) acatou um mandado de segurança movido pela Zero 8 Participações Ltda., uma das empresas que participavam do processo de licitação aberto pelo governo para contratar outra instituição para gerir o sistema do consignado. Agora, o processo tramita em segunda instância na 5ª Câmara Cível e está nas mãos da relatora, desembargadora Cristina Tereza Gaulia.
Diante desse cenário, os bancos decidiram suspender as concessões de crédito, porque, mesmo com uma empresa fazendo a gestão do sistema de consignado de forma temporária, não há garantias de permanência desse contrato. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou o posicionamento de preservação das instituições. “Com o intuito de preservar o nível de serviço até então oferecido aos clientes, algumas instituições financeiras optaram por suspender a oferta dessa linha de crédito até que exista um claro entendimento com relação à capacidade de processamento e atendimento deste novo agente”, disse por meio de nota.
Enquanto isso, servidores e pensionistas estao preocupados, porque recorriam ao crédito para aliviar o sufoco nas finanças e também para concretizar planos. É o caso da pensionista do estado Priscilla Araújo, de 30 anos. Ela contou que quer pegar um novo empréstimo para comprar a sua casa.
— Eu estou com a minha carta de crédito aprovada desde o dia 13 de setembro, só dependendo do consignado para dar a entrada na minha casa. Todos os dias ligo para o Bradesco, já liguei para todos os órgãos do estado e nenhum me passou informação. Nos grupos de servidores, tem centenas de pessoas na mesma condição, é um desespero — relatou.
FONTE: EXTRA.GLOBO.COM