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Exército anuncia reforço no patrulhamento noturno, mas apenas PMs são vistos nas ruas do Rio

Apesar do Gabinete de Intervenção Federal ter anunciado que as Forças Armadas estão patrulhando as ruas também à noite, militares não foram vistos pelas principais vias da Zona Sul — região na qual observa-se uma presença maior de efetivos desde que os militares ocuparam ruas do Rio — na madrugada de domingo para segunda-feira. Uma equipe do GLOBO circulou por cerca de duas horas, entre 2h e 4h da manhã, pelos bairros de Botafogo, Leme, Copacabana, Ipanema, Leblon e também pela Lagoa Rodrigo de Freitas. No entanto, durante esse tempo, nenhum militar do Exército foi visto.

— Depois das 19h, não vi mais nenhum deles por aqui — contou um policial militar que fazia o patrulhamento na orla do Arpoador e preferiu não se identificar — Chegamos às 17h e logo depois eles foram embora, não os vimos mais. Não houve troca de turno.

A percepção dos PMs estende-se aos moradores e comerciantes da região. Ruas vazias e poucas pessoas nas vias marcaram esta madrugada. Na Avenida Atlântica, apenas dois quiosques estavam funcionando na orla de Copacabana. No Leme, esse número diminuiu para um. Em Ipanema, comércio quase todo fechado. No Mirante do Leblon, a mesma realidade: baixo número de frequentadores dos quiosques em funcionamento.

— Durante o dia a gente até passou a se sentir um pouco mais seguro aqui no bairro, notamos a presença dos militares. Mas agora à noite, a responsabilidade pelo policiamento restringe-se aos PMs, que não podem estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Evito passear pela orla depois que anoitece, perdi a confiança e a tranquilidade de ir até lá — conta o engenheiro Felipe Abreu, de 28 anos, morador de Copacabana.

Em entrevista coletiva, o porta-voz do Comando Militar do Leste (CML), coronel Carlos Cinelli, explicou que o patrulhamento está sendo ampliado para permitir a reciclagem de policiais militares. A presença das Forças Armadas nas ruas, de acordo com o coronel, também libera as equipes da Polícia Militar para que elas façam operações planejadas.

No processo de reciclagem, policiais militares fazem aulas de tiro de precisão e reveem fundamentos teóricos de abordagem policial, patrulhamento, direitos humanos e trato com a população. Nos próximos dias, militares do 14º BPM (Bangu) passarão pela capacitação. O batalhão foi o escolhido pelo Gabinete para dar início a essa reciclagem.

Procurado para comentar a ausência de militares nas ruas, o Gabinete de Intervenção Federal no Rio não respondeu aos nossos questionamentos até o momento.

FONTE: EXTRA.GLOBO.COM

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