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Estado do Rio não vê saída para enfrentar crise sem ajuda da União 

Estado do Rio não vê saída para enfrentar crise sem ajuda da União

Apesar de ter adotado ações para conter despesas, sozinho, governo fluminense não faz frente à queda de receita

A crise financeira que se acentua com a pandemia do novo coronavírus reforça o que governadores, prefeitos e secretários de Fazenda vêm pedindo: a ajuda do governo federal. Em solo fluminense, a equipe econômica do Palácio Guanabara não vê outra saída para que o Estado do Rio feche as contas este ano. Além da queda de receita de ICMS (só em abril, a perda foi de R$ 720 milhões), a redução do preço do barril do petróleo (tipo Brent) – e, consequentemente, de arrecadação de royalties – é outro fator que impacta os cofres fluminenses.

O primeiro sinal de alerta foi dado em 17 de março pelo governador Wilson Witzel, quando alertou sobre o risco de o estado não ter dinheiro para pagar a folha salarial de servidores a partir de junho. Na ocasião, Witzel ressaltou que não só o Rio, como Minas Gerais, Santa Catarina, e outros entes também teriam a mesma dificuldade. “Então, é uma questão nacional”, declarou o governador.

Secretário estadual de Fazenda, Luiz Claudio Carvalho declarou à coluna que o governo já está adotando diversas medidas econômicas, como o contingenciamento de R$ 7,6 bilhões do Orçamento de 2020 e a negociação com credores do Rioprevidência, entre outras.

Mas deixou claro que nada disso cobrirá as perdas de ICMS (responsável por 50% da arrecadação anual) e royalties que o Rio sofrerá: as estimativas apontam queda de, pelo menos, R$ 15,7 bilhões de receita este ano.

Carvalho ressaltou que municípios e estados, “por óbvio, não podem emitir moeda”, e que é papel da União socorrê-los: “Os estados por si só não conseguem fazer frente à crise, numa perda desse tamanho”.

Ampliação do isolamento é outro alerta para as finanças

Presidente da Comissão de Tributação da Alerj, o deputado Luiz Paulo fez outro alerta: especialistas apontam que, nos próximos 15 dias, será o pico da crise do coronavírus. Isso poderá levar municípios e estados a prorrogarem o isolamento.

“A manutenção do confinamento, neste caso, necessária, vai agravar a crise fiscal”, declarou ele, que defendeu: “Não existe saída a não ser o socorro do governo federal aos entes. A União tem que emitir moeda”.

O parlamentar fez um levantamento com estimativas de perdas de royalties. Entre as hipóteses estudadas (com base nos preços do petróleo este ano e nos dados da ANP), a mais provável indica queda de 31% de receita em relação ao previsto no Orçamento de 2020.

Ele considerou as médias das cotações do barril em janeiro, fevereiro e março, o dólar médio no primeiro trimestre, e as estimativas para o restante do ano. “Teremos uma arrecadação prevista para 2020 de R$ 10,23 bilhões, ou seja, uma perda de R$ 4,6 bilhões que corresponde a 31%”, detalhou.

Parlamentar pede alongamento da recuperação fiscal

Outra questão que envolve o Rio foi colocada pelo deputado estadual Renan Ferreirinha (PSB), presidente da Frente Parlamentar de Monitoramento do Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Ele, que também ressaltou a necessidade de apoio financeiro da União ao estado, defendeu um novo acordo para ampliar o regime.

 

Para Ferreirinha, além de o Rio buscar o socorro da União, deve negociar um novo regime de recuperação em outras bases de longo prazo, “pois renovar o atual acordo (que vence em setembro) não resolve a situação do estado fluminense”.

Presidente da Comissão de Tributação da Alerj, o deputado Luiz Paulo fez outro alerta: especialistas apontam que, nos próximos 15 dias, será o pico da crise do coronavírus. Isso poderá levar municípios e estados a prorrogarem o isolamento.

FONTE: O DIA online

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