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Deputados apresentam emendas para aumentar limite do valor do Bilhete Único

Rio – Despesas com privilégios da ordem de R$ 30 milhões serão suspensos a partir de dezembro na Assembleia Legislativa do Rio . A decisão foi anunciada na tarde desta quarta-feira após reunião da Mesa Diretora da Alerj, que aprovou por unanimidade o corte. Fim dos coquetéis em sessões solenes, da cota mensal de selos e da renovação da frota de veículos oficiais — feita a cada dois anos, além da redução de 50% na cota de combustível dos parlamentares, são alguns dos ajustes.

Dentre os cortes, apenas dois itens vão ao plenário para votação, por se tratarem de projetos de resolução: o fim dos carros oficiais e a suspensão das sessões solenes fora do horário do expediente normal, das 9h às 18h. A decisão precisa ser publicada no Diário Oficial para, só então, entrar em pauta.

Para o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), a medida mostra mais do que uma economia. “Esse valor não é nada diante da crise que o estado enfrenta, mas é simbólico e um exemplo para que outros poderes façam o mesmo e cortem seus privilégios. Os tempos são outros e a sociedade exige”.

Transporte público

Em mais um dia de discussões sobre as medidas do pacote anticrise do governo, deputados apresentaram emendas que aumentam o limite de subsídio do Bilhete Único, de R$ 150 por pessoa, para faixas de até R$ 400, com a prerrogativa de evitar o aumento do desemprego. Também anunciaram propostas para limitar o acesso ao benefício de profissionais que ganham mais de quatro salários mínimos (R$ 3.520) e outras para quem ganha acima de R$ 15 mil. Alternativas à suspensão da gratuidade para moradores de Paquetá e Ilha Grande também foram discutidas.

Com as galerias abertas para a participação popular, cerca de 100 representantes sindicais estiveram presente. Ramon Carrera, diretor do SindJustiça, vê as medidas sobre o Bilhete Único como uma covardia contra o trabalhador. “Vai prejudicar muito quem mora na Baixada. Eles vão perder o emprego. O patrão vai contratar quem mora mais perto e cortar custos”.

Para o deputado Luiz Paulo (PSDB), seria uma “perversidade” limitar o subsídio do bilhete a R$ 150. “Imagine para quem mora em Itaboraí e paga R$ 11 de ônibus para o Rio, depois paga R$ 4,10 para chegar em Copacabana. No mês, ele gasta R$ 604”, exemplificou o parlamentar, que afirmou ainda que “esse projeto gera desemprego”.

Já o deputado Marcelo Freixo (Psol) reforçou que o pacote anticrise deveria ser devolvido ao governo e que os parlamentares deveriam abrir uma “pauta real de debate sobre alternativas à crise”. “Até o fim de dezembro, o que sobrar desse pacote certamente será votado, mas não tenho a menor dúvida de que o que for votado aqui não vai resolver a crise. Não vai permitir que aposentado receba e que o décimo terceiro seja pago”, destacou.

FONTE: O DIA online

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