spot_img

Como queria um grupo de deputados, Witzel exonera presidente do Detran

Há tempos a substituição vinha sendo reivindicada por um consórcio de dez deputados que, desde o início do governo Witzel, dividia o poder (e as diretorias) do departamento. Com a nomeação de Antônio Carlos, um delegado da Polícia Federal, em dezembro, o grupo havia perdido força. E apenas um mês depois da posse, começaram as pressões.

As intimidações aumentaram nos últimos dias, quando surgiram as denúncias de superfaturamento em contratações do governo do estado para o combate à Covid-19. Com gastos de quase R$ 2 bilhões em emergenciais, quase todos com preços bem acima do mercado, o Palácio Guanabara entrou na mira da Assembleia. A oposição propôs uma CPI — e nada melhor do que este clima de instabilidade para o consórcio exigir, e conseguir, a demissão do presidente do Detran.

Enquanto os deputados (alguns dos mais poderosos) esperneavam na Assembleia, Antônio Carlos mexia em vespeiros no departamento, mudando empresas fornecedoras que eram mantidas há anos com base em contratos emergenciais e termos de ajustes de contas (TACs). E contratando outras, como a Átrio Rio Serviços de Tecnologia, de Vinicius Peixoto — filho do empresário Mário Peixoto, velho conhecido e apoiador do governador Wilson Witzel.

Ou seja, trocando um grupo pelo outro dentro de um dos órgãos mais disputados da política fluminense — ninho de vários escândalos, que levaram alguns dos últimos presidentes à cadeia. Não podia dar certo.

A publicação no Diário Oficial de hoje encerra uma disputa de mais de três meses. E mostra que a caneta tem poder, mas a articulação política ainda manda mais no velho e bom estado do Rio de Janeiro — com ou sem pandemia.

Exoneração do presidente do Detran

FONTE: EXTRA.GLOBO.COM

Relacionados